Fat Skater Maurício Nunes faz muito magrinho comer poeira
O sonho do skate voador
Divulgação
O sonho do skate voador quase se materializou recentemente com o Slide, hoverboard apresentado pela marca de carros de luxo Lexus. Quase. Embora o apetrecho seja real e não uma completa invenção como outros vídeos que surgiram este ano (afinal, 2015 é o ano em que Marty McFly faz suas manobras sem rodinhas em De volta para o futuro 2), ele não é completamente real: o skate voador da Lexus voa, mas apenas em uma pista feita com superfícies magnéticas. No concreto cotidiano em que os skates normais rodam, não.
E o Slide em si não será vendido. Foi construído apenas como publicidade para vender mais carros da marca, que é uma divisão da japonesa Toyota. Por outro lado, só o fato de ter sido construído – um pequeno e bonito hoverboard funcional – mostra como evolui a tecnologia de supercondutores usada no projeto e prova que, no fim, o sonho de skates como esse produzidos em massa talvez não seja uma utopia. Todos aguardamos.
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Uretano no asfalto: um documentário sobre o skate dos anos 70 em Sampa
Klaus Mitteldorf
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Quando as rodinhas de uretano, ou Cadillac Wheels, chegaram no mundo do skate pela Califórnia em 1972, houve uma verdadeira revolução sobre as tábuas de madeira. O material, diferente do aço e da argila usados até então, possibilitava novas manobras e mais segurança nos movimentos. O skatista paulistano Luiz Fernando começou a andar pouco depois, em 1974, quando tinha 15 anos — dessa época, suas memórias mais fortes são a competição para ver quem descia as ladeiras do Morumbi e o Brasil da década de 70, que sofria com a ditadura e tinha no skate um grito de liberdade.
É no material usado nas Cadillac Wheels que ele, hoje com 56 anos, buscou inspiração para nomear o documentário Uretano no asfalto. "O cenário do skate no Brasil 70s ainda não foi retratado a fundo, por isso surgiu a ideia de falar com as pessoas que realmente viveram essa época, pra falar de como influenciou tudo, até mesmo a moda e a música”, explica Fernando, que foi organizador de um dos primeiros campeonatos do país, feito em Osasco, na Grande São Paulo, em 1977.
Klaus Mitteldorf
Filipi do Canto dirige o documentário ao lado de Luiz e, embora seja filho de "skatista, cabeludo e maconheiro", não tem nenhuma relação pessoal com o esporte. Seu maior interesse no projeto é o movimento que rolou na época. "Todo mundo que a gente entrevistou até agora fala dos anos 70 com uma emoção gigante. Era uma época em que o surf e o skate não só estavam revolucionando o esporte, mas também a maneira de viver. Era um estilo de vida”, diz. “O desafio é não ser um documentário esportivo."
Desde 2011, Filipi e Fernando já entrevistaram nomes como os shapers Akio Seguti e Vitório Del'Acqua, o criador da primeira pista em São Paulo, Charles Putz, e o pioneiro Bruno Brown, que morreu ano passado. A história já está gravada e a ideia é ter pelo menos mais 20 entrevistados, entre fotógrafos, cantores e skatistas. Os dois diretores não descartam a possibilidade de que o material vire uma série de 13 capítulos, mas o plano é lançar o documentário no próximo verão – que não, não é o da lata.
Assista ao trailer:
URETANO NO ASFALTO - Trailer from Grama Filmes on Vimeo.
Vai lá: bit.ly/uretano-asfalto